quinta-feira, 3 de março de 2011

Reflexão

TEMPO E JABUTICABAS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para
 viver daqui para
 frente do que já vivi até agora.
 Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de
jabuticabas.
 As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que
 faltam
 poucas, começa a roer o caroço.
 
 Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
 Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
 Fico nervoso com invejosos tentando destruir quem eles
 admiram, cobiçando
 seus lugares, talentos e sorte.

 Já não tenho tempo para grandes projetos.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis para
 discutir assuntos
 inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar vaidades e chatices
 de pessoas que,
 apesar da idade cronológica, são imaturas.
 
 Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo
 cargo de presidente
 do coral ou do centro-cívico do colégio.
 Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as
 pessoas não debatem
conteúdos, apenas os rótulos'.
 Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a
 essência, minha
 alma tem pressa...

 Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de
 gente humana, muito
 humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
 triunfos, não se
 considera eleita antes da hora, não foge de sua
 mortalidade, defende a
 dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar
do lado bom.
 Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar
desse amor
absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

 O essencial faz a vida valer a pena!  
Basta o essencial!

 (Autor desconhecido)

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